domingo, 31 de outubro de 2010

Rede de pedofilia também envolve pastores, e “santos” senhores


Com alvos que são meninos e meninas entre 14 a 16 anos, a cidade de Marcelândia (710 km ao Norte de Cuiabá), que ganhou recente destaque no "Jornal Nacional", da TV Globo, em função da decisão do juiz Anderson Candiotto, de decretar "toque de recolher", sofre com ação de pedófilos. O município, com pouco mais de 15 mil habitantes, registra altos índices de violência sexual contra crianças e adolescentes, com 24 processos desse tipo de crime acumulados na Comarca.

Desse número de processo, referente a abuso sexual a menores de idade, 21 ocorrências têm como vítimas crianças com idade inferior a 14 anos, fato considerado agravante no crime, pois trata-se de "crime consumado", segundo a Justiça. Os crimes denunciados passaram a ser registrado no início de 1999, mas registraram um aumento nos últimos anos, após a Comarca ser inaugurada, em 2006.
Entre os casos de pedofilia, seis processos já tiverem as sentenças, os demais estão em fase de tramitação judicial. Mas, o crime que chocou a população culminou com a condenação a 79 anos de reclusão, que alguns duvidam que cumprirá, do pastor Antônio Ítalo Filho, da congregação independente "Nova Jerusalém", por pedofilia. Ele foi denunciado por abusar, sexualmente, de quatro meninos. Um deles tem idade inferior a 14 anos; os demais têm entre 14 e 16 anos.
De acordo com as informações de Candiotto, o pastor atuava na região pobre da cidade, no bairro Vila Esperança, onde incentivava os menores a participarem das atividades "religiosas" da sua igreja, mas o seu objetivo era abusar das crianças. O evangélico chegou a utilizar uma arma para ameaçar os meninos. Antônio ítalo foi denunciado por populares em setembro de 2008. Ele foi julgado em abril deste 2009
Em família
Para a Justiça, os crimes de pedofilia estão mais relacionados com questões familiares, mas não se descarta a existência de uma rede de pedófilos na cidade. Em geral, segundo as informações, os crimes denunciados envolvem, inclusive, pais e padrastos, que abusam das crianças, em sua maioria, meninos. Todavia, escutas telefônicas autorizadas pela Justiça revelaram a atuação de aliciadores, como é o caso do empresário Jovino Scarpin, que, segundo a Polícia apurou, oferecia dinheiro para uma menor de idade.
Na portaria que solicitou o toque de recolher, o juiz Anderson Candiotto denuncia que a presença de crianças e adolescentes, desacompanhadas dos representantes legais, durante o período noturno, transitando pelas ruas, paradoa em grupos por praças e calçadas, em estabelecimentos que exploram jogos ou comercializam bebidas alcoólicas, até altas horas da madrugada. Candiotto também observou que, além dos crimes de exploração sexual contra crianças e adolescentes, existe em Marcelândia uma grande incidência de adolescentes envolvidos na prática de tráfico ilícito, dependência química e crimes patrimoniais.

23 de Agosto de 2009  
http://www.vanguardabahia.com.br/?lk=4&id=398 

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